Acabar com o trabalho infantil fortalecendo a resposta intersetorial no território
04 de outubro de 2019
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Os países membros da Iniciativa Regional América Latina e Caribe Livre do Trabalho Infantil destacaram a importância de atingir a meta 8.7 por meio da colaboração entre agências.
A Iniciativa Regional América Latina e Caribe Livre do Trabalho Infantil, com o apoio da Organização Internacional do Trabalho (OIT) e da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL), realizou o evento paralelo “Acabar com o trabalho infantil fortalecendo a resposta intersetorial no território ” . Foi realizada no âmbito da III Reunião da Conferência Regional sobre Desenvolvimento Social da América Latina e do Caribe, realizada no México e organizada pela CEPAL, o Governo do México e o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD).
O evento teve como objetivo: 1) compartilhar uma visão da realidade do trabalho infantil na perspectiva da desigualdade, e 2) mostrar as lições aprendidas e boas práticas da colaboração interinstitucional bem-sucedida realizada para acelerar o cumprimento da meta 8.7 na região de Sistema das Nações Unidas, em particular entre a CEPAL e a OIT.
Laís Abramo, Diretora da Divisão de Desenvolvimento Social da CEPAL, argumentou que o trabalho infantil é resultado de cadeias de desigualdades que afetam crianças e adolescentes ao longo de seu ciclo de vida. Destacou que é necessário compreender a prevenção e erradicação do trabalho infantil e a proteção do trabalho permitido do adolescente como parte constitutiva de sistemas integrais de proteção social. Acrescentou que -para avançar nesse processo- é necessário fortalecer as políticas de articulação intersetorial do nível nacional ao local.
Em sua intervenção, Juan Hunt, Diretor Regional ai da OIT para a América Latina e o Caribe, referiu-se aos três aspectos em que o Sistema ONU pode contribuir de forma diferenciada para o cumprimento da meta 8.7. O primeiro é o fortalecimento da coerência das políticas, uma vez que as agências da ONU, por seu mandato e poderes, têm um alto potencial para promover ações coordenadas entre diferentes níveis e setores. A segunda é a ampliação de alianças e promoção de networking, devido à sua capacidade de convocar diversos atores. O terceiro é o aprimoramento do conhecimento e geração de evidências no nível local dos países, um exemplo disso foi o desenvolvimento conjunto entre OIT-CEPAL do Modelo de Identificação de Risco de Trabalho Infantil (MIRTI), ferramenta estatística que busca fornecer informações e evidências para a tomada de decisões em políticas intersetoriais, interinstitucionais e multiníveis a partir de uma abordagem preventiva ao trabalho infantil para acelerar sua erradicação até 2025.
Este espaço também contou com a participação de representantes do México e da Colômbia, membros da Iniciativa Regional América Latina e Caribe Livre do Trabalho Infantil que até hoje implantaram o MIRTI e que puderam compartilhar as principais contribuições do modelo em seus países.
A esse respeito, Omar Estefan, Diretor Geral de Bem-Estar Social do México, destacou que seu país foi o primeiro a lançar o MIRTI territorialmente, o qual foi institucionalizado. Salientou que esta ferramenta permitiu, pela primeira vez, ter informações desagregadas por municípios para melhor identificar as ações que cada órgão da sua área de competência pode realizar.
Por sua vez, David Zamora, Secretário da Economia Municipal de Tuxtla Gutiérrez, Chiapas-México, primeira cidade em que se iniciou a 2ª fase de implementação do MIRTI, disse que uma das principais lições aprendidas foi a necessidade de aprender a organizar e aproveite as informações disponíveis. Além disso, destacou a existência de vontade política em nível nacional e local e a importância de oficializá-la com ações de políticas públicas. Finalmente, ele reconheceu o valor da vinculação com os setores sociais.
Para ver a transmissão ao vivo do evento paralelo, clique aqui . Baixe a apresentação dos painelistas aqui . |
Em nome da Colômbia, Tatiana Buelvas, Secretária Geral do Departamento de Prosperidade Social, mencionou que o MIRTI contribui para o Sistema Nacional de Previdência Familiar (SNBF) porque, entre outras coisas, aumenta a eficácia da prevenção de problemas, como orienta a execução de ações direcionadas reduz os processos de restabelecimento de direitos, prevenindo violações e evidenciando situações específicas da situação de crianças e adolescentes.
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